"Pensam alguns que o problema da educação no Brasil é a falta e recursos. É verdade que há falta de recursos. Mas é mentira que se vierem os recursos a escola vai ficar inteligente. Computadores, satélites, parbólicas e televisões não substituem o cérebro.
Panela novas não transformam um cozinheiro ruim num cozinheiro bom. Cozinheiro não se faz com panelas, muito embora as panelas sejam indispensáveis.
Escolas, não se faz com meios técnicos, embora estes possam ajudar. É perigoso dar meios eficazes a quem falta inteligência." (Rubem Alves)


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

album amor ao próximo












folclore


Parlendas

Parlendas são um palavreado ritimado, porém sem nexo, sem compromissos com a realidade , ou sentidos.
Hoje é Domingo,
pé de cachimbo
O cachimbo é de ouro
que bate no touro,
O touro é valente
que bate na gente,
A gente é fraco ,
Cai no buraco,
O buraco é fundo,
acabou-se o mundo.
......................
Um dois, feijão com arroz
Três quatro pirão no prato
5, 6 galo inglês,
7,8 café com biscoito,
9e 10, burro que tu és.

Trava-línguas
O peito do pé de Pedro é preto.

 Debaixo da cama tem uma jarra,
dentro da jarra tem uma aranha,
Tanto a aranha, arranha a jarra,
como a jarra arranha aranha..

  Ia por um caminho,
Encontrei um ninho de mafagafo,
Com três mafagafinhos,
Quem desmafagafar o ninho,
será um bom desmafagafador.

Toco preto, porco crespo.
 Um tigre, dois tigres, três tigres





Fórmulas de escolha.

Meu pai fez uma casa quantos pregos ele gastou? (Daí se diz a quantidade, geralmente nunca superior a vinte, e em quem cair será o escolhido.)

Meu pai fez uma casa, que cor ele pintou.
(Diz-se a cor, de depois, soletrando o nome da cor, em quem terminar será o escolhido.)

Lá vem o caminhão de picolé, que sabor você quer?
(O mesmo procedimento.)

Onga, lá ponga, lá butinez, um dos três.

Meu pai mandou eu escolher este daqui, mais como eu sou teimoso eu escolho este daqui.

Lá em cima daquele morro tem um pé de aricum, quando cai faz pum.




Crendices

Quando o gado estava afogado, virava-se a tramela e o pau de fogo no fogão.

Vira-se a vassoura para a visita ir embora

Ou finca-se uma faca na porta.

Coceira na mão é presente, aí tem que fechar.


folclore


DIA DE SACI, BOITATÁ, MULA-SEM-CABEÇA...

Bumba-meu-Boi, o boi de mil nomes...

      Só de nome esse boi está cheio! Quer ver? No Recife se chama Boi-Calemba; no Amazonas, Maranhão e Pará, Boi-Bumbá; em Alagoas, Folguedo-do-boi... e esses são só alguns nomes! (Dá para qualquer boi ficar confuso.) Bumba quer dizer "Bate!Chifra!"
       É uma festa muito popular no Norte e Nordeste do Brasil. O boi nasce em uma festa, morre em outra e ressuscita na última. Calma, não precisa ficar com pena dele. Não é um boi de verdade. É uma fantasia de boi toda enfeitada de fitas coloridas, e embaixo dela fica um dançador. Acompanhando o dançador vão pessoas vestidas de vaqueiros e gente de todo tipo, com roupas coloridas, cantando e dançando pelas ruas, indo de casa em casa. O Boi é uma mistura dos folclores africano, indígena e português! As festas acontecem de novembro até 6 de janeiro, o Dia de Reis.

Boitatá, a Cobra de fogo

     
Ou Batatá, Baitatá, Biatatá, Bitatá, Batatal... O nome é indígena e quer dizer "cobra de fogo". E é justamente o que ela é. Contam que certa vez houve uma grande enchente e todos os bichos morreram, menos a cobra.

      Quando a água baixou, era tanta comida que ela até ficou fresca: só queria comer os olhos dos bichos, porque eram mais molinhos (é meio nojento, mas a lenda é assim).

      Foi comendo tanto olho, tanto olho, que sua pele ficou transparente e ela virou uma cobra de luz! Virou o Boitatá. Dizem que o Boitatá persegue quem faz queimadas nas matas, e se você correr — babau! Lá vai ela atrás.






Curupira, o Protetor dos bichos
      É um anão, de cabelo vermelho, os pés virados para trás e os calcanhares para a frente. Pode ser pequeno, mas é um danado: ele protege as matas e os bichos dos caçadores, e é bem mau com eles: faz esquecerem o caminho e ficarem perdidos da silva no meio da floresta, bate neles, faz com que desapareçam... e como tem os pés virados para trás, quando os caçadores acham que ele está indo, ele está é voltando. Ou será o contrário?
Boto, o pai dos filhos sem pai
      Filho que ninguém sabe de quem é, é filho do Boto. É o que se diz no Norte do Brasil. O boto é um golfinho do rio Amazonas. Ele é um Don Juan de lá: quando a noite cai, ele sai do rio e vai para as festas paquerar as moças bonitas. E como não é bobo, ele não vai na forma de boto, porque senão ia matar as pobres moças do coração! Ele se transforma num rapaz bonito, alto, forte, grande dançador e bebedor (adora uma cachaça). Mas tudo tem seu prazo, e antes da madrugada ele tem de voltar para o rio, porque senão ele vira boto de novo... fora da água. Já viu que lá todo mundo desconfia dos moços bonitos que aparecem sem aviso nas festas e saem antes do amanhecer... Pudera!
Saci-Pererê, o brincalhão
          Esse você conhece do Sítio do Pica-pau Amarelo. É um negrinho de uma perna só, com uma carapuça (gorro) vermelha na cabeça, que lhe dá poderes mágicos.          É muito esperto e adora fazer traquinagens. Uma das suas preferidas é dar nó em crina de cavalo, depois de lhe dar uma canseira das boas, fazendo o bicho correr a noite inteira. Ele gosta de aprontar com as pessoas também: apaga o lampião, faz queimar a comida no fogo, espanta quem viaja sozinho... É um levado da breca.

Mula-sem-cabeça, a mulher do padre
Diz a lenda que mulheres que saem com padres viram mula-sem-cabeça na noite de quinta para sexta-feira. Ela sai galopando por aí, assombrando os pobres seres que cruzam seu caminho. Lança fogo pelas narinas e pela boca.
            Suas patas são de ferro, por isso ela pode galopar à vontade sem gastar os cascos. Como se não bastasse, fica relinchando a noite inteira e não deixa ninguém dormir. Para acabar o feitiço, alguém tem de ter a coragem de ir até ela e tirar o freio de ferro que ela leva nos dentes (dizem que ela não tem cabeça, mas tem boca, dentes e narinas). Haja coragem de enfrentar um bicho desses!


Gritador, o duende do vale de S. Francisco
                  Diz a lenda que o Gritador, ou Zé-Capiongo, vive gritando dentro da noite. Dizem que ele é a alma de um vaqueiro que desrespeitou a Sexta-Feira da Paixão (quando os vaqueiros têm de ficar quietinhos), saiu para campear seu gado e nunca mais voltou. Virou assombração.               Hoje vive gritando no mato, campeando uma boiada invisível que nem ele. O Gritador costuma gritar mais à noite, mas não tem hora para infernizar os outros: dizem que até ao meio-dia ele fica lá gritando no mato, assombrando quem passa, assustando a bicharada.
E essas histórias entraram por uma porta, saíram pela outra... e quem quiser que conte outra!