Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com
esta aula
1. Rememorar situações cotidianas de sala de aula que
têm produzido efeitos negativos nos relacionamentos interpessoais.
2. Construir as regras de convivência de sala de aula
a partir das experiências vividas no grupo.
3. Zelar pelo cumprimento das regras criadas pelo
grupo de convivência.
Duração das atividades
Duas ou mais aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados
pelo professor com o aluno
Professor, para o desenvolvimento
desta aula, é importante que os alunos tenham conhecimentos básicos de leitura,
interpretação, escrita e produção de texto. Seria muito interessante trabalhar
com os alunos o conceito de regras. De acordo com o dicionário Aurélio, Regra quer
dizer "Aquilo que regula, dirige, rege ou governa" também
"Aquilo que está determinado pela razão, pela lei ou pelo costume;
preceito, princípio, lei, norma". Dessa forma, as regras de convivência
prescrevem o nosso modo de pensar e de agir em vários espaços sociais.
Estratégias e recursos da aula
1ª ATIVIDADE: O professor deverá iniciar a aula apresentando
algumas imagens para os alunos:
a) Imagem 1
b) Imagem 2
Em seguida, o professor deverá pedir aos alunos que
digam o que cada imagem representa e que relações eles conseguem estabelecer
entre aquelas cenas apresentadas e o cotidiano de sala de aula. Tendo as
imagens como inspiração, professor e alunos deverão construir as regras de
conduta, ou seja, o que “vale” e o que “não vale” na convivência diária de sala
de aula. O trabalho poderá ser ampliado com a construção de outras regras, com
a mediação do professor, a partir de reflexões realizadas pelos alunos acerca
de situações que têm ocorrido em sala de aula, produzindo efeitos negativos nos
relacionamentos interpessoais.
Cada “par de regras” construído - o que “vale” e o
que “não vale” -, deverá ser escrito em tiras de papel (Professor, seguem
alguns exemplos de “pares de regras”: “Vale correr no pátio. Não vale correr em
sala de aula”; “Vale dialogar com o colega. Não vale brigar”; “Vale gritar no
pátio. Não vale gritar em sala de aula”; “Vale jogar o lixo na lixeira. Não
vale jogar o lixo no chão da sala de aula”; “Vale aguardar a sua vez de falar.
Não vale interromper os colegas e nem o professor” e outros). Posteriormente,
estas tiras contendo os “pares de regras” deverão ser ilustradas com gravuras
ou desenhos dos próprios alunos e organizadas para compor um painel de sala de
aula, podendo ser consultadas diariamente. Os alunos poderão, também, registrar
os pares de regras em seus cadernos.
2ª ATIVIDADE: Neste momento, o professor deverá colocar a
seguinte questão para os alunos: Se as regras de convivência de sala de aula
construídas por nós, para orientar as nossas ações, não forem cumpridas, o que
poderá acontecer? (Professor, é comum nesta faixa etária dos alunos das
séries iniciais do Ensino Fundamental, que eles façam sugestões punitivas,
bastante severas e rígidas para os que transgridem as normas, as regras
estabelecidas. Regidos por um pensamento ainda egocêntrico, geralmente não
conseguem articular/coordenar diferentes pontos de vista e nem analisar as
situações considerando as intenções dos outros. Conseguem apenas perceber os
efeitos produzidos pela transgressão das regras, de forma unilateral. É seu
papel de educador, criar situações desafiadoras que favoreçam a construção de
novas estruturas do pensar).
Após ouvir as idéias dos alunos, o professor deverá
problematizar cada sugestão trazida por eles, destacando aquelas que
caracterizam as “sanções expiatórias” ou punitivas e as referentes às “sanções
por reciprocidade” (Professor, “Piaget (1932/1965) discutiu seis tipos de
sanções por reciprocidade que oferecem uma maneira útil de pensar sobre como
enfrentar as transgressões em sala de aula: Conseqüências Naturais,
Compensação, Exclusão, Censura. Existem ainda, as sanções do tipo privar o
transgressor do objeto mal-usado e fazer ao outro o mesmo que ele fez. O objetivo
da consequência é comunicar que aquele que errou perturbou um relacionamento
interpessoal”).
Em seguida, alunos e professor deverão elaborar um
texto sobre as consequências decorrentes da transgressão às regras combinadas.
Este texto deverá ser afixado no caderno de cada aluno e também no espaço
coletivo da sala de aula.
3ª ATIVIDADE: O professor dividirá os alunos em grupos e a
tarefa de cada grupo é construir um “Jogo de Baralho” das regras de convivência
na sala de aula e das consequências relativas à transgressão das mesmas. As
cartas do jogo formarão pares complementares. (Professor, seguem algumas
sugestões de pares complementares que poderão compor o Jogo de Baralho: 1º par:
Em uma das cartas, “Vale manter a sala de aula limpa”, na outra, “Não vale
sujar a sala de aula”; 2º par: Em uma das cartas “Se estragou alguma coisa...”
e em outra, “Se estragou, tem que consertar ou repor o objeto”; 3º par: Em uma
das cartas “Se rasgou algo...” e em outra, “Se rasgou, tem que colar ou repor o
objeto” e outros).
Terminada a confecção do baralho, o professor
deverá distribuir as Regras do Jogo para cada grupo. Após a leitura das Regras,
cada grupo deverá iniciar o jogo.
REGRAS DO JOGO DE BARALHO
Participantes:
O número ideal de participantes é no mínimo 04 e no
máximo 08 jogadores.
Baralho:
Utiliza-se o baralho dos pares complementares
construído pelos grupos de alunos.
Objetivo:
O objetivo de cada participante é o de se livrar
das cartas que estiverem em sua mão e fazer o maior número de pares possíveis.
Regras:
Inicialmente escolhe-se o carteador.
A escolha pode ser feita por sorteio sendo
escolhido aquele que tirar a carta maior.
O carteador embaralha as cartas e pede ao jogador
sentado à sua direita que proceda ao corte do baralho.
A distribuição das cartas se dará a partir do
jogador à esquerda do carteador.
O carteador deverá distribuir, uma a uma, todas as
cartas do baralho.
Depois de distribuídas todas as cartas cada jogador
deverá formar todos os pares complementares possíveis com as cartas que
estiverem na sua mão.
Os pares formados serão colocados na frente do
jogador que os formou.
Depois que todos os jogadores tiverem feito todos
os pares possíveis, inicia-se a fase de compra de cartas.
O primeiro jogador a esquerda do carteador inicia
esta fase comprando uma carta do leque do jogador colocado à sua esquerda. Se
fizer par, deverá colocá-lo sobre o monte à sua frente. O jogo segue assim, um
jogador comprando carta do jogador à sua esquerda.
Vence a rodada quem fizer o maior número de pares.
Uma forma interessante de escolher o
vencedor ou vencedores da rodada, poderá ser a que se segue: O jogador, à
esquerda do carteador, deverá iniciar a leitura de cada par de cartas formado.
O grupo decidirá que aluno merece ganhar aquele ponto, por conseguir cumprir
aquela regra específica de convivência em sala de aula. Segue-se o mesmo
procedimento, até que todos os jogadores tenham realizado a leitura dos pares
de cartas. Os pontos serão anotados em uma folha de papel logo abaixo do nome
de cada participante do grupo. Vence a rodada o aluno que fizer o maior número
de pontos. Esse procedimento escolhido para decidir o vencedor ou vencedores do
jogo, possibilita a reflexão e análise acerca do cumprimento ou não das regras
estabelecidas pelo grupo, favorece o diálogo e a comunicação entre os alunos e
a aprendizagem do respeito mútuo. (Professor, os alunos poderão construir
alguns "Jogos de Baralho" de pares complementares - de perguntas e de
respostas relacionadas aos conteúdos trabalhados durante as aulas dos vários
conteúdos de aprendizagem. A criação na escola de Projetos de Trabalho
Interdisciplinar na modalidade de Oficinas
de Jogos, possibilita a construção
do conhecimento pelos alunos de forma lúdica, prazerosa e significativa!).
Recursos Complementares
Avaliação
A avaliação deverá ser contínua, processual,
diagnóstica.
Auto-avaliação dos alunos (oral ou por escrito):
Participação individual e grupal nos momentos da aula propostos pelo professor.
Avaliação dos alunos pelo professor: Respeito aos
momentos de fala e de escuta e às opiniões dos colegas. Envolvimento e
participação dos alunos nas atividades propostas. O professor deverá verificar
se os alunos conseguiram: construir as regras de convivência de sala de aula a
partir das situações cotidianas que têm produzido efeitos negativos nos
relacionamentos interpessoais; zelar pelo cumprimento das regras criadas,
refletindo sobre as consequências da transgressão às mesmas; construir e jogar
o “Jogo de Baralho” sobre as regras de convivência.
Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino
|
Componente Curricular
|
Tema
|
Ensino Fundamental Inicial
|
Ética
|
Justiça
|
Ensino Fundamental Inicial
|
Ética
|
Solidariedade
|
Ensino Fundamental Inicial
|
Ética
|
Respeito mútuo
|
Ensino Fundamental Inicial
|
Ética
|
Diálogo
|
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com
esta aula
1. Perceber a importância e a função das regras nos
grupos de convivência.
2. Identificar as regras que norteiam as condutas dos
alunos no contexto escolar.
3. Analisar, de forma crítica, as regras que têm
contribuído e as que têm se tornado obstáculos para o convívio grupal.
Duração das atividades
Duas ou mais aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados
pelo professor com o aluno
Não há necessidade de conhecimentos prévios.
Estratégias e recursos da aula
1ª ATIVIDADE: Inicialmente, o professor organizará os alunos em
círculo e apresentará a seguinte imagem, perguntando: o que esta imagem os leva a pensar?
Após ouvir as opiniões dos alunos, o professor
poderá problematizar lançando questões tais como: As regras são necessárias ou
não para o convívio grupal? Para se ter liberdade é preciso acabar com as
regras de convivência? Como seria conviver sem regras? O que você imagina que
poderia acontecer entre as pessoas? Para que servem as regras? As regras
estabelecidas por um grupo podem ser modificadas?
2ª ATIVIDADE: Em seguida, com os alunos ainda em círculo, o
professor deverá comentar que há uma história bem interessante intitulada “Revolução no formigueiro”, de Nye Ribeiro.
Sinopse do livro:
Sofia é uma formiga corajosa que mora na Floresta
dos Jatobás. Descontente com as regras do formigueiro, e em busca de uma vida
melhor para todos, acaba provocando grandes mudanças no mundo das formigas
operárias. A história possibilita uma reflexão sobre o conceito de sociedade,
os limites e as regras de convivência, favorecendo o debate sobre moral e
ética. Desenvolve o espírito de cooperação e a noção dos direitos e deveres do
cidadão dentro de um determinado espaço, mostrando que é possível aliar o
trabalho e o lazer com a responsabilidade.
Prosseguindo, o professor lerá a história em voz
alta para os alunos, solicitando que a ouçam com atenção.
Após a leitura da história, o professor deverá
abrir espaço aos alunos para que comentem sobre o que acharam da história, das
partes que mais gostaram, do que não gostaram.
Em seguida, o professor poderá enriquecer a
discussão com as seguintes perguntas referentes à história: Por que se fala em
uma revolução no formigueiro? A formiga Sofia concordava com todas as regras do
formigueiro? Por quê? O que você acha das atitudes da Formiga Sofia? O que você
faria se estivesse no lugar da Formiga Sofia?
Na sequência, o professor deverá distribuir uma
folha para cada aluno contendo o “MANUAL DO FORMIGUEIRO”, para que seja lido e
discutido coletivamente. Os alunos deverão se posicionar em relação às regras
estabelecidas, de forma crítica e reflexiva, se colocando no lugar das formigas
que vivem neste formigueiro. Assim, quais as regras que manteriam e quais as
que deveriam ser modificadas ou até retiradas do manual.
MANUAL
DO FORMIGUEIRO
Regra I: Cada formiga deve conhecer as suas
obrigações e saber de cor as regras do formigueiro.
Regra II: Desde cedo, as formigas operárias
precisam trabalhar para ganhar seu sustento.
Regra III: No formigueiro da floresta dos Jatobás
não se pode desperdiçar tempo com conversas ou pensamentos inúteis.
Regra IV: No formigueiro da floresta dos Jatobás
não se pode cantar e nem fazer barulho.
Regra V: Todas as formigas devem estar atentas às
ordens da Rainha.
Regra VI: Ao sair para buscar comida, as formigas
devem andar enfileiradas, sem olhar para cima, nem para os lados.
Regra VII: Se alguma formiga não trouxer sua
folhinha naquele dia, no dia seguinte deverá pagar dobrado sua ração de comida.
Regra VIII: Ninguém deve se afastar do formigueiro,
nem usar outro caminho senão aquele marcado no chão.
Regra IX: Ninguém deve ter idéias diferentes, nem
questionar as regras da Rainha.
Regra X: Todas as formigas estão proibidas de falar
com estranhos.
3ª ATIVIDADE: Após a análise crítica sobre o comportamento da
formiga Sofia e das regras do formigueiro, o professor deverá apresentar
exemplos de alguns combinados, acessando o sítio http://www.amigosdozippy.org.br/combinados.jpg
Na sequência, solicitar aos alunos que leiam e
comparem estes combinados com as regras já estabelecidas em sala de aula,
observando semelhanças e diferenças entre eles. Prosseguindo, os alunos deverão
analisar se as regras de sala de aula têm sido cumpridas por eles e se têm
contribuído ou não para a convivência do grupo. A seguir, discutir sobre as
regras de sala de aula que devem ser mantidas e as que precisam ser revistas e
alteradas.
Após esta análise, o grupo, com a mediação do
professor, deverá elaborar um cartaz contendo todas as regras combinadas,
podendo ilustrá-las e, posteriormente, afixá-lo na parede da sala de aula para
ser retomado sempre que necessário.
4ª ATIVIDADE: Para ampliar a reflexão acerca do tema, o
professor deverá propor aos alunos uma investigação a ser realizada com os
demais alunos, professores e outros profissionais da escola, com o objetivo de
identificar e analisar as regras de convivência que norteiam as suas condutas
em sala de aula e em outros espaços da escola. Para isto, professor e alunos
deverão elaborar um questionário a ser respondido pelas pessoas envolvidas na
investigação, que poderá conter: breve explicação sobre o objetivo da pesquisa;
dados de identificação; perguntas sobre o tema tais como: Você considera que as
regras são necessárias para o convívio grupal? Você concorda com todas as
regras estabelecidas em sala de aula e nos outros espaços da escola? Quais as
regras que devem ser mantidas na escola para se ter uma convivência respeitosa
entre as pessoas? Quais as regras que devem ser revistas e modificadas? Por
quê? Você sugere alguma regra que deveria ser incluída no contexto escolar?
Com os questionários respondidos, professor e
alunos deverão realizar análises quantitativas e qualitativas referentes aos
dados coletados sobre o tema pesquisado, destacando as regras que foram mais
mencionadas, as que devem ser mantidas e as que necessitam ser revistas e
modificadas. Dando continuidade, poderão propor à direção da escola a
realização de um Fórum de Debates para a divulgação e discussão dos resultados
obtidos na pesquisa e os devidos encaminhamentos relativos às regras de
convivência na escola. Este fórum poderá contar com a participação da direção,
coordenadores, professores e representantes de alunos de cada série da escola.
Após a realização do Fórum, os encaminhamentos sugeridos, as regras mantidas e
as que foram modificadas, retiradas ou acrescentadas, deverão ser divulgadas
para toda a comunidade escolar.
Recursos Complementares
Referência bibliográfica:
Ribeiro, Nye. Revolução no
formigueiro. São Paulo: Editora do Brasil Ltda, 2000.
Avaliação
A avaliação deverá ser contínua, processual,
diagnóstica.
Auto-avaliação dos alunos (oral ou por escrito): Participação individual e
grupal nos diferentes momentos da aula.
Avaliação dos alunos pelo professor: Respeito aos momentos de fala e de escuta e às
opiniões dos colegas. Envolvimento e participação dos alunos durante as
atividades propostas. O professor deverá verificar se os alunos foram capazes
de: perceber a importância e a função das regras nos grupos de convivência;
identificar as regras que norteiam as condutas dos alunos no contexto escolar;
analisar de forma crítica as regras que têm contribuído e as que têm se tornado
obstáculos para o convívio grupal; contribuir com a elaboração do cartaz
referente às regras de convivência em sala de aula; participar ativamente em
todas as etapas do processo relativo à investigação realizada sobre a temática
da aula.